Distúrbios da extrema alteração de comportamento

Sinto um ódio embargado em sua voz.
Uma raiva que não parece passar.
Isso dá uma tristeza.
Uma agonia tão grande em meu peito.

Inexplicável.

Existem vezes que dá vontade de desistir de tudo.
Eu já desisti de várias coisas, mas ela não vê isso.
Não sei mais o que eu faço.
Ela não parece ser mais a pessoa doce que conheci.
Ela mudou demais.

Da mesma forma que ela age comigo, estou fazendo com os outros.
Estou espantando as pessoas de mim.
Não estou ligando para o que pensam.
Estou ligando apenas para o que eu penso.
Aliás, ao que eu penso e ao que ela pensa.

Muitos fatos desconexos e mal interpretados me fizeram afastar dela.
Eu tive a minha grande parcela de culpa, eu sei.
Também sei que fiz por vontade própria.
Porque queria ter mais amizades.

Sentia-me sozinho ao lado dela.
Ela não me dava atenção.
Eu não me sentia confortável.
Eu ia muito atrás dela do que ela atrás de mim.
Isso não me agradava.

Ela me considera um maníaco psicótico.
Um louco alucinado que somente sabe mentir.
Segundo ela, eu fingi tudo.
E a fiz sofrer.
E agora quem sofre sou eu.

Tento esquecer de tudo, não consigo.
Ainda guardo todo amor vivo em minha memória.
Só não tenho como expressar isso.
Perdi minhas forças, perdi minha alma.
Agora tenho que perder a memória, senão o sofrimento persistirá.